Hemocentro RP

Número de candidatos a doação de sangue cresce no 1º semestre de 2024

O número de candidatos à doação de sangue em toda rede Hemocentro cresceu 4,25% no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Este ano, foram registradas 59.516 doadores, enquanto nos seis primeiros meses do ano passado foram 57.475.

Dos mais de 59 mil candidatos, 49.282 estavam aptos a doação de sangue. Sendo que 10.498 foram considerados inaptos definitiva ou temporariamente para doação de sangue. Acesse o site https://www.hemocentro.fmrp.usp.br/canal-do-doador/duvidas-e-perguntas/ e veja a lista que pode levar o candidato a ser considerado inapto.

Entre os mais de 49 mil doadores aptos, 10.958 doaram pela primeira vez, 24.953 são doadores de repetição e 13.371 doadores esporádicos – aqueles que doam com mais de 12 meses de intervalo. 

Abrangência – A rede Hemocentro é composta pela sede em Ribeirão Preto, núcleos em Franca, Araçatuba, Presidente Prudente, Taubaté e Fernandópolis, além de unidades de coletas em Olímpia e Bebedouro. São mais de 240 municípios atendidos e 130 hospitais que recebem as bolsas produzidas pelo Hemocentro.

O candidato ou candidata a doação de sangue poderá checar os endereços de doação, os horários e mais informações pelo telefone 0800.979.6049, pelo site hemocentro.fmrp.usp.br ou pelas redes sociais.

 

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Hemocentro RP concorre a “Prêmio Octavio Frias de Oliveira” com Inovação Tecnológica em Oncologia

O Hemocentro de Ribeirão Preto é um dos finalistas da 15ª edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira, na categoria Inovação Tecnológica em Oncologia. Com foco no desenvolvimento de uma terapia acessível para neoplasias hematológicas, o trabalho em destaque tem como título “Potencializando a Imunoterapia com células NK: Desenvolvimento de um novo vetor NK-CAR.19 coexpressando o complexo IL-15/IL-15Ra, resultando células NK independentes de IL-2 e com alto efeito antitumoral in vivo”.

A iniciativa é promovida pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), em parceria com o Grupo Folha, e visa estimular a produção de conhecimento sobre prevenção e combate ao câncer no Brasil. A cerimônia acontece no dia 8 de agosto, no auditório do Icesp, onde serão anunciados os melhores trabalhos e também a “Personalidade de Destaque em Oncologia”. Cada vencedor receberá um certificado e R$ 20 mil.

A expansão e a modificação genética das células NK ainda são uma tarefa desafiadora. Contudo, pesquisas realizadas no Hemocentro RP/CTC-USP trazem novos avanços para a área. A terapia com células CAR-NK futuramente pode oferecer um complemento ao tratamento com células CAR-T, que enfrenta desafios como altos custos e complexa manufatura. A proposta é disponibilizar o uso de células de doadores saudáveis e já prontas para uso.

Saiba mais sobre o estudo no vídeo abaixo produzido pela TV Hemocentro. Clique aqui para conferir os outros indicados e informações sobre o prêmio na reportagem da Folha de SP.

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Processo Seletivo para Bolsa de Especialização Médica

A Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto oferece:

Vaga: “BOLSA DE ESPECIALIZAÇÃO MÉDICA
Área: 01 (uma) vaga para área de Hemoterapia.
Inscrições: exclusivamente por e-mail de 05/02/2024 a 23/02/2024.

EXIGÊNCIAS PARA INSCRIÇÃO
1 – Graduação em Medicina e Residência em Hematologia/Hemoterapia (adulto ou infantil) ou Oncologia Pediátrica*;
2 – Curriculum Vitae, com cópia dos comprovantes;
3 – 01 (uma) foto 3×4 recente;
4 – Cópia da Carteira de Registro Profissional (CRM) ou protocolo de solicitação de inscrição;
5 – Preenchimento da ficha de inscrição** (clique para baixar e imprimir) e cópia dos documentos pessoais declarados na ficha;
6 – Inscrições poderão ser realizadas através do envio dos documentos acima e ficha de inscrição preenchida para o e-mail: processoseletivo@hemocentro.fmrp.usp.br ;
7 – O candidato não poderá ter vínculo empregatício;
8 – Período integral com escala de revezamento, incluindo finais de semana e feriados. Carga horária: 60 horas semanais.
*A comprovação do término da Residência Médica será exigida no momento da admissão.
** Imprimir, preencher e enviar a folha digitalizada ou  foto legível.

DURAÇÃO
A Bolsa terá validade de 01 ano podendo ser prorrogada a critério da Diretoria, com início a partir de 11/03/2024.

BOLSA DE ESTUDOS
Além do treinamento especializado de aperfeiçoamento, o bolsista terá direito, mensalmente, a uma Bolsa de Estudos com valor a ser fixado pela FUNDHERP.

PROCESSO SELETIVO
O processo seletivo será constituído de prova de conhecimentos específicos e análise de curriculum vitae.

Programa para avaliação escrita:

  • Seleção de doadores de sangue;
  • Coleta de bolsas de sangue total;
  • Reações adversas à doação de sangue;
  • Doação/transfusão autóloga;
  • Grupos sanguíneos – ABO/Rh, Lewis, Ii, P, MNS, Kell, Duffy, Kidd;
  • Processamento do sangue e produção de hemocomponentes;
  • Modificação de hemocomponentes;
  • Triagem laboratorial de doadores de sangue;
  • Armazenamento de hemocomponentes;
  • Testes pré-transfusionais;
  • Transfusão de concentrado de hemácias, plaquetas e granulócitos, plasma e crioprecipitado;
  • Uso clínico de hemocomponentes leucorreduzidos, lavados e irradiados;
  • Uso clínico da albumina;
  • Administração do sangue e componentes;
  • Aférese para coleta de componentes;
  • Aférese terapêutica;
  • Complicações infecciosas e não-infecciosas da transfusão de sangue;
  • Manejo da pessoa com doença falciforme, talassemia e coagulopatias hereditárias;
  • Coleta, criopreservação, armazenamento e uso de células progenitoras hematopoéticas;
  • Portaria de Consolidação no. 5 de 28/09/2017 – Anexo IV DO SANGUE, COMPONENTES E DERIVADOS e suas atualizações;
  • Resolução – RDC ANVISA Nº 34, de 11 de junho de 2014 e suas atualizações;
  • Instrução Normativa – IN N° 196, de 25 de novembro de 2022.

Prova de conhecimentos específicos:
Data: 26/02/2024 das 8:30 às 12:00h – Valor: 80 pontos
Local: HEMOCENTRO RP – Ribeirão Preto – SP
Rua Tenente Catão Roxo, 2501 – Ribeirão Preto – SP


Programa para avaliação de análise de curriculum vitae

Esquema de valorização de títulos – Valor: 20 pontos.
1. Cursos ou estágios realizados:
De extensão universitária, aperfeiçoamento técnico e estágios com duração igual ou superior a 06 (seis) meses.
Valor por curso 1,0
Máximo computável neste item 5,0

2. Especialização na área/área afim:
Valor por título 2,0
Máximo computável neste item 4,0

3. Atividades docentes/Monitoria:
Monitor de cadeira universitária 1,0
Máximo computável neste item 3,0

4. Trabalhos/capítulos:
a) Em revista indexada ou capítulo de livro:
Valor por trabalho/capítulo 1,0
Máximo computável neste item 4,0

b) Apresentados em congressos:
Valor por trabalho 0,5
Máximo computável neste item 2,0

5. Participação em Congressos, Simpósios, Conclaves, etc:
Valor por evento 0,2
Máximo computável neste item 2,0

Avaliação escrita: 80 pontos

Análise curriculum vitae: 20 pontos

Valor total: 100 pontos

Critério de Aprovação: nota total ≥ 50% do total de pontos (≥ 50 pontos).

Observação: A prova de conhecimentos específicos será feita somente se houver mais de 01 candidato; em caso de ser somente 01 candidato, será feita apenas a análise de curriculum.

Resultado do processo seletivo: 28/02/2024
Início das atividades: 11/03/2024

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Terapia com células de cordão umbilical avança no combate à doença do enxerto-contra-hospedeiro

O transplante de medula óssea é uma modalidade terapêutica indicada para uma série de doenças malignas e não malignas. Porém, a principal complicação relacionada ao procedimento é a doença do enxerto-contra-hospedeiro na sua forma aguda ou crônica, uma condição grave que ocorre quando as células-tronco do doador atacam o receptor, principalmente acometendo a pele, o trato gastrointestinal e o fígado.

O trabalho da pesquisadora Camila Dermínio Donadel, médica do Hemocentro de Ribeirão Preto, recentemente defendido no Mestrado Profissional em Hemoterapia e Biotecnologia da USP, traz uma abordagem para o tratamento da doença utilizando a terapia com células estromais mesenquimais (MSC) de cordão umbilical. A iniciativa demonstrou resultados positivos na qualidade de vida dos pacientes, hoje com baixa disponibilidade de tratamentos alternativos, principalmente no SUS.

No estudo foram avaliados 52 pacientes em diferentes centros médicos brasileiros, de 2015 a 2022, em sua maioria com leucemia aguda, linfoma e anemia aplástica. As células utilizadas foram expandidas no Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP.

As MSC são encontradas na medula óssea, adipócitos e tecidos perinatais, como placenta e cordão umbilical. Elas apresentam vantagens, como: facilidade de obtenção e isolamento, alta capacidade de propagação em cultura e de migrar para locais de lesão, além de serem pouco agressivas ao organismo.

Assista ao vídeo e saiba mais sobre a pesquisa.

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Pesquisador americano pioneiro na terapia com células CAR-T visita o Hemocentro RP

O Hemocentro de Ribeirão Preto recebeu a visita do Dr. Bruce Levine, da Universidade da Pensilvânia (EUA), no último dia 04/09. O renomado pesquisador é co-inventor da primeira terapia genética de células CAR-T (Kymriah) para leucemia e linfoma, aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e licenciada para a Novartis.

O Prof. Levine ministrou a palestra “Translating T Cell Therapies From Boutique to Global” para mais de 100 espectadores. Na sequência, ele se reuniu com pesquisadores do CTC-USP/Hemocentro RP e conheceu a estrutura do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) Ribeirão Preto, centro equipado para a produção em larga escala das células CAR-T.

O cientista americano é co-inventor de 31 patentes, co-autor de mais de 200 manuscritos e capítulos de livros, ex-presidente da “International Society for Cell and Gene Therapy” e recebeu importantes prêmios na área de inovação em saúde.

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Cresce o número de candidatos a doação de sangue em 2023

O número de candidatos à doação de sangue na rede Hemocentro passou de 53.967, no primeiro semestre de 2022, para 57.703, no mesmo período de 2023. Foram 3.238 candidatos a mais, o que representa cerca de 6% de aumento. Os dados do primeiro semestre interromperam período de queda que acontecia desde 2019.

Inaptos – Dos 57.703 candidatos, 47.981 doaram sangue e 9.720 foram considerados inaptos temporários e/ou definitivos. Ou seja, cerca de 17% de todos que vieram à rede Hemocentro não puderam doar.

Motivo – Dos 47.981 doadores de sangue, 30.837 responderam que vieram por vontade própria. Outros 5.648 vincularam a doação a um paciente internado e 3.751 disseram ter doado em razão de campanhas nos meios de comunicação, de familiares e outras. A mensagem de celular foi responsável pela vinda de 2.264 doadores.

Igor José da Silva Felisbino é um dos responsáveis pelo aumento de doações em 2023.

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Casa da Ciência lança podcast voltado aos alunos da Educação Básica

Há mais de 20 anos a Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto tem como objetivo aproximar a pesquisa científica de alunos e professores da rede básica de ensino e apoiá-los. Para isso, é preciso sempre se manter atualizado as mudanças na forma de consumir a informação por parte dos estudantes. A novidade é que estreou no dia 10/04 o podcast “Papo de Ciência”!

Além de contar um pouco sobre a trajetória profissional, o bate-papo com a pesquisadora do CTC-USP e Hemocentro RP Mara Elisama da Silva Januário teve como tema central: “O que é Eletroforese?”. A convidada é bióloga, doutora em ciências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e hoje se dedica aos estudos das células NK-CAR, no Laboratório de Biotecnologia. A terapia celular é uma abordagem inovadora que permite inúmeras possibilidades no campo do tratamento do câncer.

Alerta de spoiler! A cientista foi ex-aluna da Casa da Ciência quando cursava o ensino fundamental e médio. Já graduada ela orientou alunos no projeto Pequeno Cientista em 2014.

O podcast tem como missão despertar o interesse dos jovens pela área científica. Para não perder as futuras edições assine o canal da Casa da Ciência no YouTube e ative as notificações no sininho. Confira a entrevista completa abaixo!

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Imunoterapia no tratamento do câncer é tema de folhetim da Casa da Ciência do Hemocentro RP

A imunoterapia tem mostrado resultados importantes no tratamento de diferentes tipos de cânceres, com impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes. Para abordar este tema, os pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto, pós-graduandos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e a equipe da Casa da Ciência lançaram uma nova série de folhetins. O primeiro já está disponível e tem como título: “História da imunoterapia no tratamento do câncer”.

Clique aqui para acessar o material completo, na versão online e para impressão.

Os folhetins têm como características: textos curtos, linguagem acessível e ilustrações que convidam a uma leitura rápida, sem perder a profundidade dos conceitos apresentados. O objetivo é atualizar e ampliar o conhecimento de professores e alunos, além de divulgar a importância dos estudos realizados diariamente em centros de pesquisa e nas universidades.

O próximo folhetim será lançado no dia 11/02, no site do projeto, e terá como tema o combate ao câncer com o uso das células CAR-T.

A Casa da Ciência iniciou as atividades em 2001, como parte do Centro de Terapia Celular (CTC-USP), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. O projeto busca aprimorar a cultura científica nas escolas e despertar o interesse dos jovens na área de ciências por meio de discussões, experimentos e pesquisas.

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Hemocentro RP e Instituto Butantan vão desenvolver projeto-piloto para o combate ao câncer

Combate ao câncer avança com projeto piloto no Hemocentro RP e Instituto Butantan

O combate às leucemias e aos linfomas avança com a decisão da Anvisa em autorizar o projeto piloto que prevê o desenvolvimento de produtos de terapia avançada para o tratamento desses tipos de câncer utilizando as células CAR T. As pesquisas vão acontecer no Hemocentro, de Ribeirão Preto, e no Instituto Butantan, em São Paulo.

A terapia é um dos tratamentos mais avançados da ciência no combate ao câncer e já se mostrou capaz de causar remissão da doença. As células de defesa do paciente são modificadas em laboratório para aprender a eliminar a patologia. Depois, são recolocadas no organismo, potencializando o combate natural do corpo contra a leucemia ou o linfoma.

O diferencial da iniciativa é o foco total na disponibilização do produto final para a população brasileira pelo SUS, já que em instituições privadas este tipo de tratamento pode chegar a mais de 1 milhão de reais.

Esse é o objetivo do Programa de Terapia Celular, iniciativa da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, do Butantan, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Os estudos serão realizados pelos centros Nutera – Ribeirão Preto e Nutera – São Paulo. Esses dois núcleos serão as primeiras instalações a produzir a terapia CAR-T em escala totalmente no Brasil.

Doença – De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, só em 2022 foram diagnosticados mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. Atualmente, essa doença ocupa a 9ª posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres.

Em relação aos linfomas, um estudo do Observatório da Oncologia identificou mais de 90 mil casos da doença entre 2010 e 2020, prevalecendo o linfoma não-Hodgkin (74%), e um aumento de 26,8% de óbitos entre 2010 e 2019. O levantamento observou que o número de casos de linfoma não-Hodgkin duplicou nos últimos 25 anos, especialmente no grupo etário acima de 60 anos.

Projeto – O principal objetivo da Anvisa na implantação do projeto-piloto é promover suporte regulatório aprimorado e intensificado aos desenvolvedores nacionais de forma a contribuir e acelerar o processo de desenvolvimento destes produtos, por meio de uso e experimentação de ferramentas regulatórias disponíveis e inovadoras para controle de riscos, avaliação de benefícios e de comprovação de segurança, eficácia e qualidade de PTA.

A premissa é a busca por estratégias de otimização para o alcance de altos padrões de segurança, eficácia e qualidade dos produtos investigacionais para atender as necessidades dos pacientes brasileiros em tempo oportuno, com a perspectiva de impulsionar ao desenvolvimento e a aprovação destas terapias avançadas de forma célere, ampliando as oportunidades e criando um mercado competitivo.

Segundo a Anvisa, os produtos de terapia avançada, considerados medicamentos especiais e nova fronteira biotecnológica da medicina, são baseados em genes, tecidos ou células e podem oferecer opções de tratamento inovadoras para os pacientes.

Láb. Terapia Celular – Hemocentro RP

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A história da terapia CAR-T: 60 anos de evolução e pioneirismo em direção à cura do câncer

Tratamento inovador contra o câncer será produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, pela Universidade de São Paulo e pelo Hemocentro de Ribeirão Preto

Publicado em: 09/01/2023

A terapia celular CAR-T é a mais avançada e promissora ferramenta do arsenal médico no combate a certos tipos de câncer de sangue, como leucemia e linfoma. A tecnologia, que futuramente poderá ser adaptada para outros tipos de câncer, consiste em reprogramar as células de defesa do próprio paciente para eliminar as células tumorais. Desde a realização dos primeiros ensaios clínicos da CAR-T, em 2010, nos Estados Unidos, mais de 10 mil pacientes terminais em todo o mundo já foram submetidos ao procedimento e muitos alcançaram remissão da doença.

Eram pacientes desenganados, que recorreram à CAR-T como a última alternativa para tratar o câncer. Médicos que atuam com a terapia há anos estimam que, nos primeiros anos, a taxa de sucesso para a remissão dos tumores ficava entre 30% e 40% dos pacientes; hoje, a eficácia supera os 80%. Ou seja, 8 em cada 10 pacientes com leucemia ou linfoma em estágio terminal que se submetem à terapia CAR-T não apenas sobrevivem, como apresentam remissão completa dos tumores.

Recentemente, o Brasil entrou para o mapa de países que produzem essa terapia em grande escala, com a inauguração do Programa de Terapia Celular do Instituto Butantan, Universidade de São Paulo e Hemocentro de Ribeirão Preto. O objetivo do projeto é ampliar o acesso à CAR-T e disponibilizá-la no Sistema Único de Saúde (SUS).

Resultado de mais de 60 anos de pesquisa, a história da terapia CAR-T começou na década de 1950, com a descoberta do transplante de medula óssea, que é outro tipo de terapia celular. Entenda os avanços da ciência que levaram à criação da terapia CAR-T:

As células do timo

1950: Primeiro transplante de medula óssea
Foi a primeira vez que células vivas foram infundidas em pacientes para o controle do câncer – no caso, a leucemia.

1960: Linfócitos se mostram capazes de eliminar células cancerígenas
Cientistas demonstraram que os linfócitos, células do sistema imunológico que desempenham papel central na resposta imune, eram capazes de eliminar células cancerígenas em camundongos. Mas não se conhecia os tipos de linfócitos que estavam envolvidos nesse mecanismo. Um possível candidato era o linfócito hoje conhecido como célula T, mas não se sabia onde ele era produzido.

1961: Descoberto o local de produção das células T
Na Universidade de Londres, o imunologista australiano Jacques Miller identificou o local de desenvolvimento das células T: a glândula timo, situada entre os pulmões. Foi um imenso avanço, pois até aquele momento mal se conhecia a função exercida pelo timo no organismo. Na verdade, hoje se sabe que as células T nascem como células-tronco na medula óssea e de lá migram ao timo, onde se desenvolvem até assumir a sua função de defesa.

1973: Células-tronco de medula óssea são injetadas em paciente pela primeira vez
Cientistas injetaram células-tronco da medula óssea de um doador em um paciente que havia sido submetido a uma quimioterapia intensiva. As células do doador mataram as células cancerígenas do paciente e aquela foi considerada uma das primeiras imunoterapias bem sucedidas.

1977: Reconhecimento da imunoterapia
O americano Lloyd John Old, pioneiro da imuno-oncologia, afirmou em um artigo na revista Scientific American que “existe algo único em uma célula cancerosa que a distingue das células normais, e que essa diferença pode ser reconhecida pelo sistema imunológico”. Ele previu que a imunoterapia seria um quarto tipo de terapia contra o câncer, juntamente com cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

1986: Pacientes são tratados com linfócitos infiltrantes de tumor
Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos trataram pacientes com linfócitos infiltrantes de tumor – células T e B que migram da corrente sanguínea para combater o tumor. As células foram removidas de um tumor e multiplicadas em laboratório para serem injetadas em grande quantidade nos pacientes. Alguns indivíduos conseguiram se curar de câncer em estágio avançado, mostrando que as nossas próprias células de defesa podem eliminar a doença.

Das células T para as CAR-T

1987: Criado o primeiro receptor quimérico de antígeno
Cientistas desenvolveram em laboratório um receptor quimérico de antígeno (CAR, de chimeric antigen receptor, em inglês). O DNA que codifica esse receptor foi implantado em células T para criar as células CAR-T. Assim, as células modificadas passaram a expressar o receptor específico que as permite identificar e se ligar aos tumores. Descobriu-se então que, uma vez que as células CAR-T se ligam às células tumorais, elas atraem outras CAR-T em grande número, ajudando a destruir as células do câncer.

Além disso, após eliminar os tumores, as CAR-T não desaparecem do organismo. Elas permanecem na circulação sanguínea por anos, tornando-se “guardiões” prontos a chamar outras células CAR-T para destruir novas células tumorais que eventualmente apareçam.

1992: Vetores retrovirais são usados para introduzir genes nas células T
O imunologista americano Michael Sadelain, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), começou a usar ferramentas de engenharia genética, chamadas de vetores retrovirais, para introduzir genes em células T. O objetivo era modificá-las para que atacassem tumores específicos.

1994: Cientistas aprendem a isolar células T
Pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK), em Nova York, aprenderam a isolar células T específicas para uso em transplantes de células-tronco. Tais células se mostraram capazes de ajudar na prevenção de tumores causados por vírus.

1998: Introdução de uma molécula que estimula as células CAR-T (CD-28)
A equipe de Michael Sadelain, do MIT, mostrou que a introdução de uma molécula co-estimuladora (no caso, a CD-28) em células T modificadas (CAR-T) permitiu que elas permanecessem ativas no corpo.

2002: Construídas as primeiras células CAR-T com eficácia in vitro
Pesquisadores do MSK construíram as primeiras células CAR-T eficazes, direcionadas contra um antígeno específico do câncer de próstata. Essas células se mostraram capazes de sobreviver, proliferar e matar células cancerígenas da próstata em testes em laboratório, estabelecendo a viabilidade da terapia.

2003: Células CAR-T com a molécula CD-19 matam células de leucemia em animais
O grupo de pesquisadores do MIT mostrou que as células CAR-T contendo a molécula co-estimuladora CD-19 conseguiam matar células leucêmicas em camundongos.

2009: Estabelecido o processo de fabricação de células CAR-T
A mesma equipe do MIT foi pioneira no processo de fabricação de células CAR-T com a molécula CD-19 para uso em pacientes com leucemia resistente à quimioterapia e recidiva. Foi comprovado que o processo funcionava e que as células eram eficazes.

2010: Primeiros pacientes com leucemia são curados com CAR-T
Dois pacientes com leucemia linfoblástica crônica em estágio terminal foram voluntários do primeiro ensaio clínico da terapia CAR-T, realizado na Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia. Os pacientes alcançaram remissão completa e continuam livres do câncer até hoje. Após uma década, as células CAR-T ainda são detectáveis no organismo, de acordo com artigo publicado recentemente na Nature.

2012: Primeira criança com leucemia recebe a CAR-T
A primeira criança a receber a terapia foi a americana Emily Whitehead, então com 7 anos, que se encontrava internada com um quadro de leucemia terminal. Ela foi tratada pela equipe de Stephan Grupp, no Hospital Infantil da Filadélfia. As células CAR-T salvaram a sua vida e a remissão dos tumores foi completa. Hoje, passados 10 anos, Emily continua saudável.

2017: Aprovação da CAR-T pela Food and Drug Administration (FDA)
Desde os primeiros casos de aplicação bem-sucedida das células CAR-T, diversos outros ensaios clínicos foram realizados nos Estados Unidos, culminando em 2017 com a aprovação da terapia pela FDA, agência reguladora de saúde do país. Atualmente, a FDA já aprovou cinco diferentes terapias CAR-T para casos terminais de leucemia e de linfoma.

2019: Primeiros pacientes recebem a CAR-T no Brasil
O Centro de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto (CTC-USP) aplicou a terapia de forma experimental em pacientes com cânceres de sangue, especificamente linfoma e leucemia, que não tinham mais alternativas de tratamento. A maioria alcançou remissão.

2022: Criação do Programa de Terapia Celular do Instituto Butantan, USP e Hemocentro
A tecnologia CAR-T agora se difunde no Brasil com os novos centros de produção de terapia celular para câncer criados pelo Instituto Butantan, pela Universidade de São Paulo e pelo Hemocentro de Ribeirão Preto, sediados nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto. As unidades terão capacidade de tratar de 200 a 300 pacientes por ano.


Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan

Link original da matéria:
https://butantan.gov.br/noticias/a-historia-da-terapia-car-t-60-anos-de-evolucao-e-pioneirismo-em-direcao-a-cura-do-cancer

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